[Resenha] Aonde a gente vai, papai?

Aonde a gente vai, papai? - Jean-Louis Fournier

Editora: Intínseca

Número de páginas: 158

Lançamento: 2009

ISBN: 9788598078502

Aonde a gente vai, papai? é a pergunta, repetida incansavelmente, que uma das crianças faz sempre que entra em um carro. Seria normal, se a pergunta não perdurasse por mais de dez anos. Os dois filhos, os irmãos Thomas e Mathieu, jamais aprenderam a ler, jamais compartilharam com o pai uma história, uma aventura, uma descoberta – eles ficaram mais velhos, mas não se tornaram adultos.

Jean-Louis Fournier teve dois 'fins do mundo'. É com essa frase que o autor caracteriza a dor de, por duas vezes, ver diagnosticada a incontornável deficiência de dois filhos.

O livro é INCRÍVEL. Você começa e quando vê já acabou de lê-lo, pois o livro é pequeno e de capítulos curtos.

Já pensou em como deve ser ter um filho com deficiências motoras e neurológicas? Já pensou em como deve ser ter 2 filhos assim? Pois esta foi a 'sorte' do autor: ter dois filhos deficientes.

E é com  humor negro e sarcasmo que ele nos conta esta história. Com todas as frustrações, momentos de raiva, dificuldades e perguntas, mas sem deixar de demonstrar o amor aos seus dois 'fins de mundo'.

Se vocês fossem como os outros, eu os teria levado ao baile com suas namoradas em meu velho carro conversível.

[...] Se vocês fossem como os outros, eu teria tido netos.

Se vocês fossem como os outros, eu talvez tivesse tido menos medo do futuro.

Mas se vocês tivessem sido como os outros, seriam como todo mundo.

[...]Teriam se tornado delinquentes.

[...]E talvez tivessem tido filhos deficientes. Escapamos de boa.

É uma lição de vida contada sem farsas. A verdade nua e crua.